Desde segunda feira passada fomos brindados com a volta da "Voz do Brasil".
Para aqueles que são loucos por rádio (e eu sou um deles) isso é a mesma coisa que tirar uma hora da vida de cada um a cada dia.
Não que o programa seja totalmente ruim. Não é. Mas é muito, mas muito chato.
Quem, de verdade, gosta de voltar prá casa ouvindo o que o Senador "fulano", o Deputado "beltrano" ou o Ministro "sicrano" fizeram, disseram, deixaram de fazer ou deixaram de dizer?
Para um viciado em rádio até aquele horário das quatro da madruga já era chato. Imaginem no horário aquele que estamos tentando esquecer os problemas do dia e estamos nos preparando para o descanso ou ócio ou, às vezes no meu caso, para começar a se concentrar para o trabalho noturno.
A Voz do Brasil é a leitura radiofônica do Diário Oficial da União.
Alguem aí acorda pela manhã e corre nas bancas para comprar um Diário Oficial? ou corre para a porta de casa para ver se o entregador já entregou o Diário Oficial do qual você é assinante?
Ficam aí falando nos resquícios dos anos de Ditadura. Nas sequelas deixadas pela repressão não tão longínqua. Nas feridas abertas por uma guerra suja. Enfim, em todos os malefícios causados pelos anos de chumbo e as mazelas proporcionadas pelo autoritarismo no Brasil. Esquecem, no entanto, que a Voz do Brasil é o lídimo sucessor do temido DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), comandado com mãos criminosas e capitaneado pelo temido Filinto Muller (ou será Miller?) durante o governo ditatorial de Getúlio Vargas. Foi o DIP o precurssor da idéia de censura explícita à imprensa, sob a pecha de zelar pela honra, bons costumes e patriotismo dos brasileiros.
Ouvimos diariamente nos notíciários das rádios e emissoras de tv as merdas que a maioria dos parlamentares fazem, para depois, em uma hora sermos obrigados a ouvir "Alice no País das Maravilhas" e as belezas perpetradas por esta corja de malfeitores (a maioria é isso mesmo).
De minha parte, protesto veementemente!
Quero ter o direito de ouvir música, o Brito, o Ozires, o Eron, o raio que me parta.
O Zé Alberto Andrade tem toda razão quando afirma que a grande contribuição da Voz do Brasil é a redenção dos cds e mp3 naquele horário nobre, o que, de fato, reabilita totalmente a música para os brasileiros.
Em Brasília, 19 horas! E nós com isso?
Um comentário:
Concordo com tudo e assino embaixo. O problema: o que adianta a gente chiar? Vivemos outro tipo de ditadura no Brasil hoje, engana-se quem pensa que ela é coisa do passado. Quem pensa diferente de quem está no poder é traidor do povo. E já sabemos como a história termina. Abração, Luiz Paulo
Postar um comentário