As ironias são deliciosamente perigosas. Deliciosas porque feitas (ditas ou escritas) no tom certo, causam a quem as cometeu uma sensação agradável de inteligência. Perigosas porque ironias não são entendidas por todos. Claro que a ironia, com exceção do atingido (ou atingidos), é destinada a pessoas habituadas a entenderem ironias. Para entender e saborear uma ironia, devemos ser iniciados na arte. Pessoas que possuem o raciocínio retilíneo, cartesiano e meio curto certamente não percebem a ironia. E aí é aquele deus-nos-acuda.
Fico pensando (solidariamente é claro) nos jornalistas que têm colunas em jornais. Principalmente colunas dropadas que não versam sobre um assunto apenas. Esses é que devem sofrer.
Digo isso porque lendo a coluna de um jornalista inteligentíssimo em periódico lido por milhões de pessoas diariamente, deparei-me com uma linda, fantástica, maravilhosa, estupenda e inteligente ironia. Saboreei o escrito como se fosse um suco de caju docinho. Logo fiquei imaginando as mensagens desaforadas que o profissional iria receber ao longo do dia por ter noticiado algo tão contra a moral e os bons costumes...mas isso também faz parte de curtir o resultado da ironia.
Se restou alguma dúvida do que disse, experimente, caro amigo, "retuitar" algo que você achou muito, mas muito burro e você vai ver o número de respostas que virão chamando você de burro. Retuitar uma burrice é, na verdade, o supra-sumo da ironia: mostra-se aos seus seguidores como tem gente burra neste mundo.
Mas como disse antes: ironia não é prá qualquer um...
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